04 setembro 2005

I miss the comfort in being sad...

Resenhas de discos

IN UTERO (NIRVANA)

Quando foi lançado, em setembro de 1993, In Utero surpreendeu a todos. O disco era uma maneira do Nirvana provar que poderia fazer um trabalho sujo e anticomercial. Para quem esperava outro Nevermind, com canções com um grunge mais acessível, ficou perplexo com o resultado. Guitarras distorcidas, letras agressivas abordando temáticas polêmicas, sonoridade crua e nenhuma música mais pop.
Mas nada disso impediu In Utero de ser um álbum fenomenal. Pelo contrário, é por esse motivo que ele é sensacional. Eu, pessoalmente, prefiro ele do que o Nevermind. As músicas falam por si mesmas. “Serve The Servants” abre muito bem o LP, destacando-se os versos quase auto-biográficos (como “I tried hard to have a father/But still I had a dad”). “Scentless Apprentice” é um Rock furioso. “Heart-Shaped Box” é uma das mais famosas, talvez porque siga a fórmula “pancada melódica” tão presente no disco de 1991. “Rape me” fala sobre um estuprador que paga pelos seus crimes. “Francês Farmer Will Have Revenge On Seattle” é uma das melhores, com sua melodia perfeita. “Dumb” fala sobre drogas, e é a mais bonita e calma faixa.
“Very Ape” critica o machismo, e junto com “Milk It” e "Radio Friendly Unit Shifter", forma um trio de canções pesadas e sujas (cheias de chios de guitarras e microfonias). Temos ainda a analogia ao aborto na fantástica “Pennyroyal Tea”, a gritaria de “Tourette’s” (que se refere à síndrome de Tourette, que ocorre quando a pessoa grita e xinga “do nada” e com freqüência) e o impagável réquiem “All Apologies”. Quando você pensou que o disco tinha acabo, após 16 minutos começa a tocar a (quase) escondida faixa chamada “Gallons Of Rubbing Alcohol Flow Through The Strip”, que, segundo Kurt, era um incentivo à compra de dólares desvalorizados.
Gravado em apenas duas semanas, In Utero mostra que, definitivamente, o Nirvana foi a mais importante banda dos anos 90, ao desafiar o próprio mercado quando conseguiram a fama. Steve Albini foi um bom produtor, e conseguiu parte do resultado desejado pelo trio. Ainda assim, percebe-se que esse é um disco quase premonitório, ao mostrar a tristeza e o sofrimento de Kurt Cobain, que resultariam mais tarde na sua morte trágica. Se você é mais um que acha que o Nirvana é apenas outra boa banda de Rock da década de 1990, ouça In Utero e mude de idéia.

A banda: Kurt Cobain (vocal, guitarra), Krist Novoselic (baixo) e Dave Grohl (bateria, backing vocal).

Cotação: 9,5/10

02 setembro 2005

Preciso de voluntários

Faz onze dias que eu não atualizo o blog. O porquê? Falta de discos para avaliar. Claro que eu poderia avaliar a discografia completa dos Beatles ou de outras das minhas bandas top 10, mas chega de repetir bandas. Preciso de voluntários para publicar resenhas de discos. Qualquer tipo de Rock vale.